Ken-Wong - Mistaken Identify 1º Texto "Ela sabia-o Era a menina mais linda do mundo Olhos cor verde-esmeralda De certo a pincelada última Equilibrava uma muito ligeira dissimetria no seu rosto Estes assim conhecidos “Os espelhos da alma” Assim não eram os da menina mais linda do mundo. Que também de medusa eram Baços, sem brilho, sem espelho. Olhos faltosos Sem lição aprendida Olhar para fora, olhar o lá, olhar para lá Assim não eram os da menina mais linda do mundo. De pouco ou nada espelhados Prolongamentos eram da sua pouca astúcia no mundo E tão grande amor-próprio Namorada de Narciso pois Só via beleza nela. Própria dela própria Ela, ela Ela assim achava e vivia de olhos fechados para mundo. Houve porém um dia Acordada de olhos fechados Oferta amarga dos deuses irritados Um aquário embutido na sua angelical cabeça Condenada a ver apenas aquilo que seus olhos já sabiam Eram apagados e para sempre escondidos Nas cortinas da alma que nunca chegou a abrir Voltada para si Para todo o sempre Sozinha de humanos Vivia agora com seis ou mais peixes Que de olhos feios e esbugalhados No intervalo da sua pouca memória Devolviam à menina mais bonita do mundoAquilo que nunca conseguiu ver." Elias Nunes 2º texto "A rapariga trajava aquele vestido laranja, usado e gasto, o mesmo que tantas vezes vestia, talvez mais vezes do que se usava a si mesma. Sentava-se num local que ela não reconhecia, então nada do que via parecia compenetrar-se no seu cérebro, todo o espaço era azul, escuro, como se tivesse no vazio do universo. Só se conseguia concentrar na sua espera, uma espera que mais parecia uma corrida contra o tempo, embora estivesse parada, não se conseguia mexer, mas os seus pensamentos inquietavam-na. Mergulhou neles, ou eles mergulharam-se nela, na sua cabeça, como um aquário, um aquário sem água, vazio como as suas certezas sobre aquela espera. Viria? Quando? Como? Não viria? Porquê? Viria? Não Viria? Dúvidas que começaram a andar à roda, como peixes aflitos num aquário vazio, dúvidas que coloriu da mesma cor do que trazia vestido, porque o que trazia vestido era aquilo a que estava habituada, aquilo que sabia estar certo.Fechou os olhos, sentiu o vento nos seus cabelos, que mais parecia causado pela volta frenética das suas dúvidas, que continuavam a nadar no seu vazio, e que continuariam enquanto aquela espera durasse… E a espera durou. Viria? Os seus lábios desenharam a desilusão daquela espera… Não viria? E a espera durou…" Cátia Coelho 3º texto " Metade peixe metade menina, Merluza vivia no sonho de encontrar a sua outra metade, mais que a metade alguém que a compreende-se . Viajou , viajou e viajou, conheceu marujos, piratas, comandantes, polvos e lulas gigantes. Mas nenhum, nenhum deles conseguiu entende-la, e muito menos preenche-la. Era complicado para ela abrir o seu coração. Decidiu não procurar mais, apenas viajar, e aprender que mesmo não encontrando a sua metade, todos lhe tinham algo e dar e ela a eles. E isso era o mais importante e precioso, levar com ela um pouco de toda a gente e absorver o que de melhor eles tinham para dar. Num dia enquanto passeava num parque numa das terras para onde viajara , Merluza decidiu parar junto de um lago e apreciá-lo. Mirou o seu retrato tremido pelas ondulações resultantes do dançar dos peixes. Continuo a olhar intensamente até que do outro lado conseguiu perceber a forma de um peixe, estagnado ali , também a admirá-la. Apôs uma pausa em que ambos se aperceberam da existência um do outro, a carpa decidiu exibir o seu laranja dourado saltando para fora da água, fez uma pirueta dançante e voltou a cair no manto de água esverdeada. Intrigada e maravilhada ao mesmo tempo Merluza sentiu seu coração bater tão depressa que achava que este lhe ia saltar do peito. Foi assim que a menina peixe soube que finalmente tivera encontrado sua outra parte. Durante 5 dias aproveitou aquele lago , e absorveu o que de melhor ele tinha para dar, e finalmente feliz pois o que tinha acabado de absorver era o que realmente lhe fazia falta. Sentindo-se afortunada com a viagem, voltou á sua terra, onde viveu feliz por saber que algures nas águas de um lago vivia a sua “alma gémea” . Viveu numa eterna paixão e ilusão de saber se algum dia voltaria a visitar o mesmo lago . Por não ter conseguido encarar a realidade , depois de ter encontrado uma outra que procurara por tempos e terras sem fim, enfiou a cabeça num aquário e fechou os olhos.Tudo o que via agora era a sua carpa. Nada mais interessava." Andrea de Albuquerque 4º Texto "Peguei numa caixa e pus na cabeça, pois ,este mundo é uma desgraça.. comecei a chorar e a caixa transformou-se num aquário e peixes se criaram para comigo ficar." Ana Patricia Albuquerque 5º texto "Tudo não passa de uma ilusão!, Este círculo não se pode fechar, É uma falha da razão, Um erro de imaginação, Um sonho que não se pode sonhar! Uma mente não se fecha, Uma mente não se esgota Não se esvazia gota a gota Uma mente não se desleixa, A mente é uma flecha! "Fica aqui!" Dizem-me com palavras doces, Que mil vezes já as ouvi... Mas não hei-de ir por aí, A flecha trespassa os venenos agridoces... As imagens são um reflexo, Uma mera luz que teima em circular Uma representação de um ser complexo, Um medo que paira no ar, Um olhar perplexo… As cores que se misturam Não são mais que um indício de viagem, Milhares de pensamentos que se encontram, Uma etapa da aprendizagem, Olhares que não nos largam… Não estamos sós neste espaço vazio, Um espaço que quer parecer fechado, Que quer esconder um grande rio, Um mundo há muito imaginado Um mundo ainda não acabado, E estou exposta sem critério, À mercê do que quiseres pensar, Livre de qualquer mistério, A viajar pelo meu império, perdida onde não podes chegar…" Rui Alves |
sábado, 11 de janeiro de 2014
Desafio #2
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1º Elias Rodrigues Nunes muitos parabens, esta brutal, principalmente as duas ultimas estrofes ja te sabia um mestre da cor e da composiçao, nao um mestre da palavra muito bom mesmo, ffico contente que tenhas participado
ResponderEliminar2º Cátia Coelho uma boa descrição da imagem ehehe parece mesmo que entraste na pele da personagem e viveste o que ela estava a viver dentro daquele aquário ventoso um muito bom contributo tb . vou agora colocar o meu que custou a sair depois de uns dias atribulados mas saiu
ResponderEliminareh laaaa Ana Patricia temos poetaaaaaa afinal temos 4 textos
ResponderEliminarolha tio rui, parece-me que acabaste de construir uma letra para uma das tuas musicas sem letrA
ResponderEliminarParabens a todos!! Elias, pelo fantastica interpretacao e forma de expressa-la.. Andrea, pela beleza e profundidade das palavras.. Rui, bela poesia... Ana Patrícia, bom começo, continua!!
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